22 de janeiro de 2005

Que honra!

A natureza derrama as suas cores sobre manto verde da terra, tocada e fecundada pelos deuses.
O talento salpicado mas abundante vai desabrochar em espécies sem fim.
O mais ínfimo representante do reino de Flora, presta-lhe a sua homenagem, crescendo em beleza dia após dia, até ao último instante.
Assim, cumprida a sedução, entregar-se-á de novo à volúpia da terra.
O fruto será então o rei. Ou a rainha, qual romã coroada em dia de celebração.
O fruto veste-se de pele fina e colorida, que lhe esconde a carne, por vezes tão suculenta e doce que se tornará néctar.
Os homens enfeitam-se com flores, mordem os frutos, bebem-no na forma de vinho que lhes exalta os sentidos.
O pintor, neste caso a pintora, devolve os sentidos à forma original de folhas, flores e frutos, numa festa de cores em que os verdes das folhas se encostam ao vermelho das cerejas ou ao roxo das ameixas, poisando finalmente os olhares na alvura rosada do nenúfar, que nos convida à acalmia das sensações.

A honra de ser convidada a participar nesta festa!
Que honra ver as minhas palavras no catálogo entre as flores e os frutos!

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